Efeito do método de mistura sobre o espalhamento mini-slump de pastas de cimento Portland

  • Julia Silva Raucci University of São Paulo
  • Rafael Testioni Cecel Universidade de São Paulo
  • Roberto César de Oliveira Romano Universidade de São Paulo
  • Rafael Giuliano Pileggi Universidade de São Paulo
  • Vanderley Moacyr John Universidade de São Paulo

Abstract

O ensaio de resistência do cimento, segundo às normas brasileiras e europeia atuais, é realizado com uma relação água/cimento fixa em massa, independente da consistência obtida. No entanto em condições normais de uso, a quantidade de água é uma variável definida com a finalidade de manutenção da consistência dos materiais cimentícios para obter trabalhabilidade adequada. Características intrínsecas dos ligantes, como distribuição de tamanho de partículas, área superficial especifica, densidade e natureza química ou mineralógica, ou extrínsecas, como presença de aditivos, temperatura ambiente e da água, tempo e energia de processamento, etc., podem afetar de forma distinta o estado de aglomeração e, consequentemente, a necessidade de líquido para a mistura. Como a demanda de água influencia a resistência mecânica dos produtos, a utilização da relação água/cimento fixa torna, em termos práticos, a classificação do cimento pela resistência pouco significativa para o usuário. Neste trabalho foi investigada a influência das condições de mistura na repetibilidade do ensaio de mini-slump, bastante usado para avaliação da quantidade de água nas composições, mas não normatizado. Pastas de uma mesma amostra de cimento foram misturadas por diferentes tempos e/ou rotações, usando um agitador mecânico convencional, e submetidas ao ensaio de mini-slump imediatamente após o ensaio ou após o mesmo tempo de contato com a água. Observou-se influência significativa nos resultados: quanto maior a rotação ou a manutenção do tempo de mistura, menor a variabilidade do espalhamento mini-slump sendo que a influência é mais sensível para diferenças de rotação.

Author Biographies

Julia Silva Raucci, University of São Paulo
Departamento de Construção Civil
Rafael Testioni Cecel, Universidade de São Paulo
Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade São Judas Tadeu (2015) e ensino médio (segundo grau) pela E.E. José Marques da Cruz (2008). Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Engenharia Hidráulica. Atualmente, faz mestrado na Universidade de São Paulo.
Roberto César de Oliveira Romano, Universidade de São Paulo
Químico, formado na Universidade Federal de São Carlos, Mestre em Ciência e Engenharia dos Materiais pela Universidade Federal de São Carlos e Doutor em Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Atualmente, faz pesquisa na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, no Departamento de Engenharia de Construção Civil, atuando no desenvolvimento de Materiais Cimentícios Suplementares, visando a otimização de formulações de argamassas e concretos com baixo teor de cimento.
Rafael Giuliano Pileggi, Universidade de São Paulo
Rafael G. Pileggi possui graduação em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (1992), mestrado em Ciência e Engenharia dos Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (1996) e doutorado em Ciência e Engenharia dos Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (2001). Aprovado em 2016 como professor livre-docente na área de materiais de construção na USP, atua em disciplinas de graduação/pós-graduação, além de ser pesquisador do departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, responsável pela implementação do laboratório de reologia de suspensões reativas aplicadas à construção civil. Tem experiência tanto na área de materiais refratários, como na área de Engenharia Civil, com ênfase em Materiais e Componentes de Construção, atuando principalmente nos seguintes temas: inovações em técnicas de caracterização reológica para diferentes materiais cimentícios; desenvolvimento de produtos cimentícios eco-eficientes; estudo do comportamento reológico de concretos e argamassas; emprego de resíduos como matérias-primas para produtos cimentícios; uso de aditivos em sistemas cimentícios; concretos e argamassas com ar incorporado. Atua ainda como coordenador de pesquisas junto ao Consórcio Setorial para Inovação da Tecnologia em Revestimentos de Argamassas (CONSITRA), participa do projeto multi-institucional de desenvolvimento de componentes de fibrocimento sem amianto, além de supervisionar pesquisas junto ao Laboratório de Microestrutura.
Vanderley Moacyr John, Universidade de São Paulo
Engenheiro Civil pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1982), mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1987) e Doutor em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (1995). Pós-doutorado no Royal Institute of Technology da Suécia (2001). Professor Associado da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e membro da coordenação das Engenharias da FAPESP. É membro do Conselho Executivo da Agencia USP Inovação desde 2012. Foi membro do CA Engenharia Civil do CNPq, da diretoria executiva da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído e diretor do CB2 da ABNT. Especializado em Materiais e Componentes de Construção e Construção Sustentável atua em temas como cimento, fibrocimento, uso de resíduos como matérias primas, materiais e desenvolvimento sustentável, materiais avançados, argamassas de revestimento e colantes, durabilidade (incluindo biodeterioração), compósitos aplicados à construção civil e metodos simplificados de avaliação do ciclo de vida.
Published
2018-01-24
Section
Artigos